Avenida São Luís, no centro, vista do edifício Louvre / Imagem: Alexandre Kröner |
Assim, amamos São Paulo. Mas isso não é verdadeiro, também odiamos São Paulo, igualmente não real. Talvez, pela imprecisão do que sentimos, precisaríamos criar um novo termo: amoródio. Mas essa nova junção, do sublime com o rasteiro, também ficaria incompleto. E por quê? Ali, os amores, conflitos, desastres, junções ficarão eternamente sem um final; como um horizonte que tateamos, mas nunca possuiremos e, ao contrário, há de nos perseguir. Tudo ali se movimenta, transforma-se em algo, tão formidável quanto assustador, como um mutante fascinante e devorador.
Assim, São Paulo é, no fundo, no fundinho mesmo, o retrato de todos nós. Surfando perto do abismo.
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