segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Que beleza de Cracolândia!

Morador da Cracolândia - Foto: Eduardo Enomoto/R7
Seguem algumas perguntas bem ingênuas (ingenuidade é doença): por que a ação repressiva realizada pela PM, na região chamada de Cracolandia, não foi acompanhada de algum órgão assistencial ou grupo de Direitos Humanos? E se apenas a repressão foi realizada, qual a explicação para o fato de que nenhum grande traficante foi preso?

Na outra ponta: será que as autoridades sabiam que sequer estava pronto o centro de acolhimento para 1.200 dependentes químicos? Depois da inauguração do abrigo, as cúpulas da Segurança Pública, Assistência Social e Saúde colocariam em prática a operação, que estava sendo planejada há dois meses. Por que não foi assim que aconteceu?

Outras indagações mais explícitas: foi mentira dos moradores dos prédios vizinhos a afirmação de que viaturas policiais passaram sobre corpos de viciados (Folha de São Paulo, 7/1 - Cotidiano)? E qual a razão do governador do estado proibir a divulgação, na última sexta-feira, de informações sobre a operação? Por que os comerciantes da região usam o termo “limpeza” para se referir ao ocorrido? Será coincidência perceber que essas mesmas autoridades já foram denunciadas em promover ações semelhantes - de “embelezamento urbano” - nas imediações da avenida Paulista?

Qual o motivo da ação ser realizada no começo do ano novo? Começar 2012 com o “pé direito”? Ou continuar com as “pirotecnias” habituais?

Caro indignado, saiba que a droga produz o mesmo efeito no ânimo do dependente, na intenção das autoridades e no objetivo do cirurgião plástico: deixar a mulher com uma aparência de 20 anos, somente da cintura para cima.


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