Mas por quê? O problema não é somente o desemprego em escala mundial, precarização dos direitos, apartação nas cidades entre ricos e pobres, crescimento da violência e do narcotráfico, privatização dos espaços públicos, corrupção governamental e esta avalanche midiática implantando silicones nas ideias.
O horror é a ausência significativa do protesto, o olhar baço do oprimido, a desmobilização social na acomodação da vida privada. E a constatação: os nossos canais de representação --- especialmente partidos --- estão entupidos.
Então, o que fazer? Caminharemos ou não aos movimentos de indignação pública? Lembro-me de uma frase do Frei Beto: “político é igual feijão, só funciona na panela de pressão”. Creio que precisaremos incrementar o debate e a organização da sociedade civil na localidade onde se mora, ama e luta.
Precisamos terminar com esta pasmaceira do “faz de conta”, dos panos quentes sobre os problemas, a açucarada cordialidade nos salões, os artistas decorativos do “fashion” e o assassinato cultural nas escolas adestrando “soldadinhos” para um babante saber.
De outro lado, não ficar encalacrado em verdades absolutas, em petrificadas ideologias de plantão. Pelo contrário, precisamos, pela divergência, reconhecer o outro, aceitar a permanente perplexidade, promover a dúvida constante, perceber o conflito como fundamental ao convívio humano.
Temas como a exploração do mundo do trabalho, o poder abusivo dos monopólios no setor de telecomunicações, o desrespeito contínuo dos Direitos Humanos pelo abuso policial, a implementação da Comissão da Verdade, a cultura como mola mestra pela integração social, crítica contundente contra a corrupção (dar nomes também aos corruptores do mundo privado) e reforma política são temas urgentes para o debate e mobilização social.
É com esse intuito, pouco conclusivo, mas espero incisivo, que inauguro a minha tribuna de polêmica. É um novo espaço para os meus leitores exercitarem o incômodo como mola mestra do pensamento. Espero com isso, colaborar para a difusão libertadora dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Parafraseando Picasso: eu não desenho com, caminho contra.
4 comentários:
“político é igual feijão, só funciona na panela de pressão” . FATO!
Se tratando de Mario Sergio de Moraes, este blog com certeza será um sucesso.
http://educacao.uol.com.br/album/111102_invasao_reitoria_usp_album.jhtm#fotoNav=41 HAHHAHAHAHA
aluno da USP: “Sou muito politizado, no momento, sou sustentado pela minha mãe”. Esse é o futuro do Brasil realmente ?
Parabens,professor. A informatica servirá para que muitos outros conheçam da sua capacidade, cidadania e cumpriciddade. Grande abraço.Jose Arraes
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