A palavra
carnaval vem de carnavale, isto é,
carne, corpo, sexo. A celebração dos instintos. Nasceu entre os gregos que
saudavam o Deus Dionísio, rei das loucuras, inspiração dos artistas. Mais tarde,
os romanos aproveitaram esses festejos para celebrar o Deus Baco, do vinho. E
com mais sexo, gerando a palavra bacanal.
Nos tempos da
Idade Média, eram festas pagãs que homenageavam a natureza como sinônimo da
fertilidade. Mesmo com a Igreja proibindo, nada adiantava. Sempre foi gostoso fazer
o transgressivo.
Da península
Ibérica veio ao Brasil. E daí encontrou a fervura da cultura negra, nossa
principal raiz. Esta vivia em plena escravidão, mas tinha nos gestos do cantar
e dançar sua força de resistência contra as atrocidades. No período colonial
proliferavam-se festas em que os negros saiam às ruas batucando, pulando,
jogando “água de cheiro” nos outros e implantando a folia. É como se diz: quem
canta seus males espanta!
A primeira
vez em que os jornais descreveram uma festa carnavalesca foi no Rio de Janeiro
em 1844. Havia uma figura lendária que puxava os animados foliões: o Zé
Pereira, um folclórico português, rei da fuzarca. Mas foi no começo do século
passado que o carnaval ganhou sua expressão maior nos blocos de foliões, os corsos,
cordões e posteriormente escolas de samba.
Hoje, o
carnaval não esmoreceu. Pelo menos nos locais onde a cultura popular é mais
vibrante. Vejam a proliferação dos cordões do Rio de Janeiro (são mais de 300),
os arrastões da Bahia, os blocos de frevo de Pernambuco.
Aqui em São
Paulo, terra do lucro, nosso carnaval evidencia que este tipo de trabalho só
atrapalha. Ou melhor: trabalho/congestionamento; trabalho/obediência ao chefe;
trabalho/rotina só amortiza a criatividade.
Saibam: o carnaval é a nossa maior
festa libertária.
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