terça-feira, 20 de novembro de 2012

Viva a Negritude


Diz uma marchinha de Lamartine Babo: “Quem foi que descobriu o Brasil?/ Foi seu Cabral/ Foi seu Cabral/ No Dia 22 de abril/ Dois meses depois do carnaval”. Pois bem, não querendo discordar do mestre --- nosso caminhãozinho de areia fica ainda menor diante da sua grandiosidade --- faço um reparo: o verdadeiro inventor do Brasil foi o negro.


Como? Diante da exploração dos portugueses, os escravos negros criaram uma resistência muito eficaz: a ginga!

 Ginga no coice da capoeira.
 Ginga na dança e no drible.
 Ginga no vocabulário ao conjugar as dificuldades no gerúndio (Como você vai? Sábia resposta: eu to levando...) onde nada se conclui e tudo se esclarece na intuição. 
Ginga no ritmo das músicas para ensinar “quem canta seus males espanta”.
Ginga na religiosidade, na mistura dos credos. Aliás, fazer uma “simpatia” não faz mal a ninguém. 
Ginga na sexualidade para espantar a hipócrita castidade do pecado católico.

Por tudo isto nós nos beijamos muito. Somos os campeões na face da Terra. E, graças aos Orixás, pela minha boca também! 


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