terça-feira, 3 de abril de 2012

Mais um - Demóstenes - na corrupção

Foto: O Globo - 20/05/2010 / Ailton de freitas
A incubadeira que estimula a corrupção no país é a concentração da propriedade: latifúndios, corporações, fundos de pensão, empreiteiras, etc. Elas, no peso crescente de sua influência, ficam isentas do controle social. Possuem tantos braços e pernas - moldam territórios, influências midiáticas, forças partidárias - que não encontram outros corpos de igual dimensão que se contraponham aos seus desmandos. É uma luta desigual entre movimentos sociais pela cidadania versus o gigantismo dos grupos econômicos.

Esta é a gordura - o estado distribuindo milhões a seus “amigos” empresários - que polui a transparência pública e explica a queda de sete ministros (agora caiu o do Trabalho) do governo Dilma. Trocam-se os nomes e endereços, mas evidencia-se que os vasos estão obstruídos pelos interesses privados.

Esta característica não é “privilégio” de nenhum partido político ou apenas do governo federal ou estadual. Estão disseminados em todas as esferas de decisão onde o poder obscurece as relações sociais. Nas licitações estatais, a “engenharia” é a mesma: os empresários (agora é o contraventor Carlinhos Cachoeira) financiam diferentes partidos (agora é o DEM com o senador Demóstenes) no período eleitoral e o vencedor, qualquer que seja, usará as verbas públicas pagando com um zero a mais ao apoio oferecido. No Brasil, o capitalismo é o do “favorzinho”!

Então, o buraco é mais embaixo: é preciso abrir a caixa preta não só dos corruptos, mas também dos corruptores. Será?

1 comentários:

Potiguar&Baiana disse...

É essa "cultura", esse vício incutido na epiderme brasileira, que descola nossas ações do mínimo bom senso. Da ética, ora, nem digo, pois nem na moral encontramos guia. Eu acrescentaria professor o mal que esse acúmulo de propriedade causa a nossa imprensa, com os jornalistas reféns de interesses dos cartéis de mídia tupiniquins, transformando esses profissionais nos cupins que corroem a própria árvore do ofício. É triste, mas nem mesmo quem noticia, denúncia, está decantado. Ao contrário, se vê turvo, um agente do próprio mal do que fala. Não se separa trigo do joio.

Satisfação professor. Um forte abraço.
www.reportersemfronteira.blogspot.com

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