segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mogi não é sustentável (I)


Afirmo com todas as letras: Mogi das Cruzes não é uma cidade sustentável. Isto é, cresce quantitativamente, mas não se desenvolve socialmente. No entanto, é divulgado cotidianamente que estamos no caminho certo, próximos do paraíso. Será mesmo? Ou esta exaltação oculta o essencial: não estamos avançando em qualidade de vida para a maioria dos mogianos. Pergunto: se você ficar doente, mesmo possuindo seguro, crê que será bem atendido num hospital público?

Neste ritmo de crescimento, meramente quantitativo, nosso futuro ficará entupido. Estamos cegos por manchetes que exaltam como positivo (mas não é): o erguimento desenfreado de prédios, a "limpada" da nossa vista dos desvalidos na área central e as promessas de melhorias - agora só para 2014 - no atendimento dos cancerígenos. Outra frágil exaltação: estamos entre as cem cidades mais ricas do País. Tudo bem... No entanto, pelo Censo 2010, a maioria dos mogianos ganha até dois salários mínimos. Apenas 22 mil pessoas ganham acima de 10 salários mínimos. Você sabia disto?

E qual filosofia? Cumprimento pelo Governo Municipal de índices aceitáveis de harmonia social. Exemplifico: um índice aceitável de roubos seria de cem a cada cem mil habitantes. E o que acontece por aqui? Estamos com índices que estouraram em 350% o sinal vermelho em 2012. Estamos numa epidemia com 1.498 ocorrências. E daí, cruzaremos os braços?

E com relação ao meio ambiente? Por que não se faz uma reciclagem do lixo por aqui? Por qual razão a empresa contratada ganha por tonelagem? Não iniciaremos mobilizações pedagógicas de esclarecimento? 
Temos que cobrar uma saída feita por todos nós. Será que mais iluminação pública e aumento das câmeras de vigilância apenas assopram ou não o machucado? Se assim for, em pouco tempo, teremos medo de sair à noite. Ou será que isto já está acontecendo? 

Não estamos fazendo (nós e o poder público) a "lição de casa". É preciso criar uma nova mobilização social entre a Prefeitura, o Legislativo e a sociedade civil. É o que iremos propor pela Rede Nossa Mogi das Cruzes. Temos que apresentar caminhos, sem partidarismos ou submissões, para outra Mogi das Cruzes. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Pra puta quiu pariu!

Cena pessoal: fulano ligou para o meu celular. Tento compreender o que ele fala, mas estou dentro de casa. Saio no quintal e o sinal da comunicação melhora. De repente, cai a ligação. Fico p... Espero o retorno da chamada. A conversa retorna e eu o ouço perfeitamente. Mas, agora, é ele que não me entende. Merda. Combino com a outra vítima que discarei para nos entendermos (o assunto ainda não sei!). Chamo, mas no meu celular surge a indicação que o telefone dele está “desconectado”. Digo baixinho: “Não é possível...” Tento novamente e daí, sim, começa o papo. Fico contente, mas começa a chover e tenho que sair do descoberto. Entro em casa e daí começa a picotar a ligação. E o pior: como o amigo não me ouve, pode pensar que é má vontade da minha parte estas continuas interrupções. E, não tendo outra solução, saio na chuva e concluo a conversa, tentando me acalmar cantando: “Lá fora está chovendo/ e assim mesmo eu vou correndo/ para ver o meu amor”.

Outro final: manda as empresas de telefonia pra puta quiu pariu. Repete novamente com um som mais esticado: pra puuuuta quiuuu pariu. Modifica a tonalidade: pra puta que te pariuuuuu. Daí, então, perceberá que você está mais leve e, quem sabe, pode telefonar para a namorada. Se ela atender... 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Receitas para 2013 (sic)


                Leio vários livros. Também alguns jornais. Na internet, por incrível que pareça, acostumei-me a textos longos. Dos manuais técnicos prefiro os mais complicados (complicado sou eu). Fico feliz por isto. E por quê digo isto? É pelo fato que, apesar de tantas leituras, nunca soube o significado da palavra latina sic colocada ao término de algumas frases e entre parênteses. Por exemplo: fulano disse que não é um cão raivoso (sic). Pois bem, significa “assim deste modo”. Ou seja, o fulano nega ser um animal, mas outros pensam que ele morde, abana o rabo, lambe canelas.

Ora, deste acréscimo vernacular, o  formidável sic, bolei debaixo do chuveiro dez novas atitudes que garantirão nosso sucesso em 2013. Eis as receitas:

Um. No mundo do consumo, escolher calças daquelas que já vem com remendo (sic). Traduzindo: assim deste modo a impressionar que somos “descolados”, “soltos”, e pouco ligados ao mundo material.

Dois. No mundo da TV, escolher os programas engraçados (sic). Assim deste modo não rir, pois a própria televisão ri por nós de forma programada. É mais fácil.

Três. No mundo da cultura, insistir em ler um livro, pelo menos, ao ano (sic). Assim deste modo perceber que ele não morde, nem trai. Ao contrário, vai pra cama com a gente.

Quatro. No mundo dos jovens, não falar frases inteiras (sic). É só usar o som onomatopeico “Tô” concordando com qualquer coisa.

Cinco. No mundo da política, é necessário dar palestras com os termos “Ética” ou “doa a quem doer” ou “sem verbas nada acontece” (sic). Assim deste modo a defender, entre eles, que “com verbas tudo acontece”.

Seis. No mundo social, fazer caridades, possuindo um olhar compassivo de cão vira-lata, e estar ao lado dos “pobrezinhos e limpinhos” (sic). Assim deste modo perceber a riqueza do rico.

Sete. No mundo das celebridades, ler a revista Caras (sic). Assim deste modo se você leu, esqueceu. É ótima!

Oito. No mundo sexual, incentivar a liberdade (sic). Tudo é válido deste modo. Ponto. Menos acordar com um homem, halterofilista com cara de buldogue, do lado. Né?

Nove. No mundo da família, incentivar o casamento (sic). Assim deste modo a conquistar a resignação.

Dez. No mundo da História, conhecer a obra de Moisés com sua Lei das XII Tábuas (sic). Assim deste modo entender que foi ele que incentivou a ilegalidade.