segunda-feira, 19 de março de 2012

Notíssias de oje!

Atenção, caros leitores, eis as boas “notíssias de oje”: desaparecerá, em poucos anos, a corrupção no Brasil. Volto a repetir: os cofres públicos sairão ilesos do apetite dos políticos. Mas daí, você retrucará: o Mario Sérgio ficou louco em acreditar nisto. Insisto: corrupção zero. E por quê?

Já explico um pouquinho mais à frente. No entanto, vejam a atual situação: eles – os “representantes do povo” – conhecem o seu “métier”. Agora, agorinha mesmo, quando elaboro o meu imposto de renda tenho de relacionar meus dependentes. Quem são? Coloco os 16 vereadores de Mogi das Cruzes, que custam anualmente R$ 23 milhões por ano. Evidentemente, isto não é crítica; é titica de galinha. Os deputados federais faturam muito mais. Estes recebem, com os seus subsídios (ajuda-moradia; ajuda-terno; ajuda-xerox etc.), a picuinha de apenas R$ 115 mil ao mês. Pouco, não?

A corrupção vai acabar. Agora sim, explico. Segundo pesquisas feitas em 250 escolas, nossos meninos não sabem somar ou diminuir. Nem conferir troco em supermercado. Sequer interpretar um texto; apenas soletram o que está escrito. Daí, com essas limitações, deduzo que os futuros corruptos não saberão quantificar as comissões que receberão “por fora”. Nem transformarão em dólares os reais. Muito menos compreenderão textos metafóricos como “ladrão que corre pouco não vai longe na carreira”. Então: a atual educassão é boa para a onestidade!

Fato recente: um universitário, na minha aula, disse-me que o capitalismo era o contrário de interiorismo. Ele era um “jenio”!

Diante disto, estou contra, contra mesmo, a atual greve dos professores reivindicando melhorias no ensino. Penso, ao contrário, que os professores são imprestáveis. Ganham muito bem e choram de “barriga cheia”. Se trabalham em várias escolas – manhã, tarde e noite –, é para perturbar os alunos. Se exigem o cumprimento da lei que regula o piso salarial, é por interesses eleitorais. Se estão contra a tal “aprovação automática”, é para aporrinhar o governo do PSDB (Pró Sem Docente do Brasil).
Insisto: a atual educassão é boa para a onestidade!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Do bom ao boom!


O que o futebol e o carnaval têm em comum? Os dois formam a “cara” do Brasil. São populares no nosso jeitão: alegres, dançantes, driblam os problemas do dia a dia. Evidenciam que apesar de tudo - somos o segundo país em maior desigualdade no mundo - invertemos as tragédias em festas. É como diz a sabedoria popular: quem canta seus males espanta!

Porém, é preciso considerar que tanto no gramado, como nos espaços do Rei Momo, não estamos bons de perna. Nos últimos tempos, definharam-se os campos de várzea. Os bailes nos salões declinaram. Os bons compositores (antigamente, as musicas eram lançadas em agosto para serem apreciadas e cantadas pelo público em fevereiro, no carnaval) estão raros. E os craques contam-se nos dedos.

São coincidências? Creio que os dois, em planos diferentes, estão sofrendo de um mesmo desgaste. Pouco a pouco, estão sendo apropriados. Do verbo apropriar, isto é, estão se tornando uma propriedade, uma marca, uma forma de organização onde o que importa é o preço, a relação custo-benefício, o imediatismo do lucro fácil.

E daí? Perdendo a criatividade de rua, onde se exige improvisação e novidades, moldam-se em repetições, importância das premiações, lucratividade para alguns. Conclusão: o que era (e ainda continua) bom, obrigatoriamente tem que ser formatado num boom do espetáculo!
                              
Essas mudanças, lá no começo dos anos 80, aconteceram nos surgimentos dos chamados líberos no futebol. E das modelos como rainhas de bateria. Os primeiros são exemplos dos brucutus, jogadores de pouca criatividade, mas de grande combate. Lutam pelo “o importante é vencer”. E nisso estamos perdendo para um ladrão maior: o fim do driblador. Estamos no furtobol!
                              
Como atração principal, de outro lado, a passista com seu samba no pé foi substituída pela gostosa de plantão com sua aeróbica de academia. Implantam nos seus corpos o mesmo perfil das mercadorias: estão plastificados. São embalagens expondo o carnanão!
                              
Que pena. Perde-se, apesar da resistência do tesão, a arte popular.